A vacinação contra o coronavírus dominou o noticiário, as rodas de conversas virtuais, os grupos de aplicativos, as redes sociais. Mesmo com um excelente programa de imunização de exemplo mundial como o Plano Nacional de Imunização como é o caso do Brasil, nunca o assunto vacina ganhou tanto destaque nas conversas cotidianas neste século como agora.
A chegada das primeiras doses é um marco para o enfrentamento da pandemia, estará na história do país e da cidade de São Leopoldo. Como coadjuvante deste momento, encontramos no time dos cinco primeiros vacinados de São Leopoldo, o ex-aluno Dorival Lima Ramires.
Foto: Prefeitura de São Leopoldo.
Técnico em Enfermagem formado desde 2010, Dorival atua na unidade de terapia intensiva e linha de frente da COVID-19 no Hospital Centenário de São Leopoldo e no Hospital São Camilo de Esteio.
Com o mesmo carisma e gentileza que recordávamos dele durante os anos de curso, Dorival nos recebeu – virtualmente – para conversar sobre o seu ponto de vista de um dos momentos mais aguardados: a chegada das vacinas, a vacinação e também sobre a sua jornada profissional. Venha conferir o bate-papo com o Técnico em Enfermagem Dorival Lima Ramires.
Dorival, todos querem saber: qual é a sensação de ser um dos primeiros vacinados dessa campanha?
Nossa! Orgulho, gratidão, uma mistura de sentimentos. Quando recebi o convite, eu não acreditei. Você se pergunta “por que eu?” Entre tantos colegas mais antigos e tal, acabei recebendo o convite. O sentimento que fica é de se sentir reconhecido, um motivo de orgulho pra minha família. É difícil descrever que eu participei de um momento histórico para São Leopoldo!
Se pudesse dar um recado para a população sobre a vacinação, qual seria?
A vacinação é uma proteção individual e coletiva, uma barreira. Então, que (vocês) não tenham medo, façam a vacina por amor a si e aos demais, a vacinação é uma chance de controlar e erradicar doenças.
Para vocês profissionais da Enfermagem que estão na linha de frente desde março de 2020, qual o significado de ter uma vacina contra o coronavírus?
Ter uma vacina, neste momento, representa a real chance de combater essa pandemia. Tem sido uma luta difícil. Como atuo na UTI recebemos os pacientes mais graves, no início tínhamos poucos equipamentos, respiradores, monitores, bombas de infusão e apenas seis leitos de UTI. Hoje temos nove leitos na UTI 01, cinco na UTI 02 e quatro na UTI 03. Mesmo assim temos muitas perdas, tem dias muito difíceis. Perder vidas é muito difícil, nesse tempo perdemos colegas, amigos, pacientes antigos que já eram conhecidos. Mas é claro que também tivemos alegrias de ver muitos pacientes dando alta, tocando o sino da vitória*, e voltando para suas família e isso é o máximo!
*Em São Leopoldo, os pacientes diagnosticados com COVID que recebem alta tocam o sino da vitória.
Compartilha com a gente um pouco da tua jornada, o que aconteceu com o Dorival depois da formatura em 2010? Hoje trabalha em UTI, mas ao se formar já sabia seria a área da atuação escolhida? Como chegou ao trabalho na unidade de terapia intensiva?
Quando me formei no curso Técnico em Enfermagem da Escola da Paz em fevereiro de 2010 já estava aprovado no concurso do Hospital Municipal – FSNH – em Novo Hamburgo e no Hospital Centenário em São Leopoldo. Em outubro do mesmo ano, fui chamado no Hospital Centenário e comecei a trabalhar na Clínica Cirúrgica, no mês seguinte fui chamado no Geral (Hospital Municipal de NH) e fui direto pra a Unidade de Terapia Intensiva.
Confesso que tinha vontade de sair correndo (risos), eu não tinha experiência nenhuma na área, mas havia bons colegas sempre dispostos a ensinar e a ajudar, muitos são meus amigos até hoje. Isso é muito importante para um bom ambiente de trabalho e o que identifica bons profissionais, procuro sempre ajudar aqueles que estão chegando.
Logo depois, passei para Multi Clínicas,onde tinham os convênios e particulares, lá conheci a enfermeira Carla, essa profissional quando foi pra UTI me convidou para mudar de unidade, na época não aceitei. Quando ela saiu da unidade, deixou meu nome como indicação. Passado um tempo, acabei sendo transferido para UTI. Continuei fazendo concursos e um tempo depois fui aprovado no concurso do Hospital São Camilo em Esteio, e adivinha qual setor? Sim! Fui pra UTI também, então saí do Hospital Geral, e estou no Hospital São Camilo até hoje. Eu fui me apaixonando pela UTI aos poucos, quando me formei não pensava em atuar na unidade de terapia intensiva, sempre me identifiquei e gostava de emergência. Precisamos dar chances para novas oportunidades e hoje não me vejo fora de uma UTI.
O que você diria para um jovem, uma pessoa que tem esse sonho da Enfermagem, que está pensando em fazer Enfermagem?
Que vá em frente, lute em busca de seu sonho, se dedique. Foi o que fiz com minha filha, Tamara Ramires, que hoje é aluna do Técnico em Enfermagem na Escola da Paz, e trabalha como maqueira no Hospital Centenário de São Leopoldo, ela é meu orgulho!
E outro detalhe muito importante, é sempre se manter na busca por conhecimentos, cursos, especializações. Por exemplo, como especialização eu fiz um treinamento em hemodiálise no Hospital Centenário – uma das instituições de saúde que eu trabalho – e hoje é muito importante no meu trabalho, pois alguns pacientes de COVID entram em insuficiência renal. Então, no turno da tarde na UTI, as diálises ficam comigo e com mais uma colega. Isso é bacana, pois você enquanto profissional agrega mais qualificação na sua atuação técnica e é reconhecido por isso.
A escolha pela da Escola da Paz na sua formação foi importante? Qual foi o momento no curso que mais lhe marcou: uma alguma memória, um professor e até mesmo uma matérias?
Com certeza foi importante sim. Quando aprovei nos concursos, não estudei (para os concursos) muito além do que tinha aprendido no curso Técnico em Enfermagem.
São tantos momentos memoráveis que vem à cabeça, mas lembro da professora Raquel Vieira em Urgência e Emergência, ela fez um teste no primeiro dia de aula para avaliar o conhecimento da turma. A minha nota foi lá embaixo, e mesmo assim ela me elogiou por ter sido a nota mais alta da turma. E a minha foi consequência de conhecimentos que eu já tinha de primeiros socorros por ter sido militar e vigilante.
Os professores que me marcaram são muitos, além da Enfª Raquel, a Prof Inês Klaser de Médica e Cirúrgica, Luciano de Anatomia, Inês Perim de Farmacologia, Simone Souza de Obstetrícia, nossa são tantos! Mas esses são os que mais marcaram. Urgência e Emergência é minha base.
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Obrigado pela oportunidade e pelo carinho de vocês !!!
A gente que agradece a tua disponibilidade e cordialidade, Dorival. Gratidão 💙💙💙
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